Alfabetização cientifica como ferramenta para o exercício da ética: um ensaio
Resumo
Este artigo consiste em um ensaio de revisão bibliográfica e análise de dados com o objetivo discutir a alfabetização científica como ferramenta e estratégia educativa para a autonomia e a cidadania a partir da concepção de ciência enquanto linguagem específica e essencial à construção do campo científico e a sua caracterização e tendo diferentes níveis de complexidade. Alfabetização Científica designa o processo de aquisição de linguagem para a construção de uma proficiência mínima que possibilite a compreensão da atividade científica em si, seu funcionamento, mecanismos e sentido. A educação científica efetiva fornece as ferramentas básicas para a compreensão da linguagem científica e contribui para a que indivíduos exerçam a sua cidadania podendo decidir acerca do fazer científico de modo realmente informado. Sem isso ocorre o efeito vitrine, em que a ciência é espetacularizada e o desenvolvimento pessoal e socioeconômico de um sujeito e sua comunidade é comprometido. As consequências vão desde uma visão empobrecida do mundo até dificuldades de inserção na economia do conhecimento e da informação.
Downloads
Referências
ADINOLFI, Valeria Trigueiro Santos. Discurso científico, poder e verdade. Revista Aulas. Dossiê Foucault, Campinas, N. 3 – dezembro 2006/março 2007
AULER, Décio; DELIZOICOV, Demétrio. Alfabetização científico-tecnológica para quê?. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc., Belo Horizonte, v. 3, n. 2, p. 122-134, Dec. 2001.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.
BRASIL. IDEB - Resultados e Metas. Brasília: Ministério da Educação, 2020. Disponível em: http://ideb.inep.gov.br/resultado/ Acesso em: 06 Out. 2020
CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, Jan/Fev/Mar/Abr 2003 Nº 22, p. 89-100
dos SANTOS, Wildson Luiz Pereira. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v. 12 n. 36 set. /dez. 2007, p. 474-550
FOUREZ, Gérard. A Construção das Ciências. São Paulo: Editora da UNESP, 1995
FOUREZ, Gérard. Alphabétisation scientifique et technique: essai sur les finalités de l'enseignement des sciences. Bruxelles: De Boeck Université, 1994
GODIN, Benoit. Les usages sociaux de la culture scientifique. Québec: Le Presse de L´Université Laval, 1999
HASNI, Abdelkrim. La culture scientifique a l´ecole: de quelle culture ´agit-il et uelles conditions mettre en place pour la developper?. In: SIMARD, Denis. MELLOUKI, M´hammed (org). L´enseignement profession intelectuelle. Quèbec: Les Presses de L’ Université Laval.
HOLBROOK, Jack. RANNIKMAE, Miia. The Meaning of Scientific Literacy. International Journal of Environmental and Science Education, v. 04, nr 3, 2009
JONAS, Hans. O Princípio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução de Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto/Ed. PUC-Rio, 2006
KRASILCHIK, Myriam. Caminhos do ensino de ciências no Brasil. Em Aberto, Brasília, ano 11, nº 55, jul. /set. 1992
LAS VERGNAS, Olivier. L'institutionnalisation de la ‘culture scientifique et technique’, un fait social français (1970 – 2010). Savoirs, 2011/3 (n° 27), p. 9-60
MACIEL, Maria Delourdes. Alfabetização científica e tecnológica sob o enfoque da ciência, tecnologia e sociedade (CTS): implicações para o currículo, o ensino e a formação de. REnCiMa, Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 3, n. 3, p. 152-160
NORRIS, Stephen P. PHILLIPS, Linda M. How literacy in its fundamental sense is central to scientific literacy. Science Education, Volume 87, Issue2, 2003, P. 224-240
OECDE. Brazil – Country Note – Results from PISA 2018.
RIBEIRO, Thiago Vasconcelos. COLHERINHAS, Guilherme. GENOVESE Luiz Gonzaga Roversi. O estudo de temas tecnológicos na educação CTSA: uma experiência de alfabetização científica e tecnológica no ensino médio. REnCiMa - Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 7, n. 1, p. 38-58, 2016
RODRÍGUEZ, Alberto. DAHLMAN, Carl. SALMI, Jamil. Knowledge and Innovation for Competitiveness in Brazil. Washington: The International Bank for Reconstruction and Development /The World Bank, 2008
SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
SASSERON, Lúcia Helena. CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Alfabetização Científica: Uma Revisão Bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, V16(1), pp. 59-77, 2011
SATO, Ana Paula Sayuri. What is the importance of vaccine hesitancy in the drop of vaccination coverage in Brazil? Revista de Saúde Pública [online]. 2018, v. 52 96.
SERRÃO, Luis Felipe Soares et al. A experiência de um indicador de letramento científico. Cad. Pesqui., São Paulo, v. 46, n. 160, p. 334-361, June 2016.
STAHL, J. COHEN, R. DENIS, F. GAUDELUS, J. MARTINOT, A et. al. The impact of the web and social networks on vaccination. New challenges and opportunities offered to fight against vaccine hesitancy. Médecine et Maladies Infectieuses, 2016 vol: 46 (3) pp: 117-122]
VASCONCELLOS-SILVA, Paulo Roberto. CASTIEL, Luis David. GRIEP, Rosane Härter. A sociedade de risco midiatizada, o movimento antivacinação e o risco do autismo. Ciência & Saúde Coletiva [online], 2015, v. 20, n. 2, p. 607-616.