A pesquisa narrativa autobiográfica de uma professora de Matemática: aproximações com a Insubordinação Criativa
Resumo
Este trabalho é um recorte de minha tese de doutorado. Na pesquisa, busco compreender as minhas práticas docentes, resgatando inúmeros relatos de vida e entrelaçando-os em uma história de vida de uma professora de matemática. Durante a jornada autobiográfica me deparei com auto-insubordinações criativas, contradições vivas e contra-memórias misturados em múltiplos eus-professores que se afirmavam construtivistas. Trago a arquitetura da narrativa, na qual a aprendizagem é seu fio condutor. Esta é uma jornada de empodeiramento e formação que me levou a uma reflexão mais profunda sobre a minha identidade docente. Pesquisas assim contribuem para a ressignificação da docência ao pensar com histórias sobre o tornar-se professor.
Downloads
Referências
BOLÍVAR, A. A expressividade epistêmico-metodológica da pesquisa (auto)biográfica. In: ABRAHÃO, M. H. M. B.; BRAGANÇA, I. F. S.; ARAÚJO, M. S. Pesquisa (auto)biográfica, fontes e questões. Curitiba, PR: CRV, p. 113-127, 2014.
BORGES, J. L. O Etnógrafo. In: BORGES, J. L. Obras completas de Jorge Luiz Borges, volume 2: O Elogio da Sombra. São Paulo: Globo, p. 20-21, 2000.
BRASIL. Lei nº 5.692, art. 20, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em: 08 jun. 2016.
BRIÃO, G. F. A mathematics teacher and her daily creative insubordinations. In: D’AMBROSIO, B. S.; LOPES, C. E. (Org.). Creative insubordination in brazilian mathematics education research. Raleigh: Lulu Press, p. 241-250, 2015.
BRIÃO, G F. Despertar de uma educadora matemática ao experienciar narrativamente sua história de vida. VI Congresso Vozes. Rio de Janeiro, 2016.
BRIÃO, G F. Eu, uma professora de matemática em jornada narrativa em busca de meus eus-professores eu autoformação. 2017. 321 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2017.
BUENO, B. O.; SOUSA, C. P.; CATANI, D. B.; SOUZA, M. C. C. C. Docência, memória e gênero: estudos alternativos sobre a formação de professores. Psicologia USP, São Paulo, v. 4, n. 1/2, p. 299-318, 1993.
CLANDININ, D. J. Engaging in narrative inquiry. California: Left Coast Press, 2013.
D’AMBROSIO, B. S. Preparing teachers to teach mathematics within a constructivist framework: the importance of listening to children. In: WATANABE, T.; THOMPSON, D. R. The work of mathematics teacher educators: exchanging ideas for effective practice. San Diego, CA: Association of Mathematics Teacher Educators, p. 135-150, 2004.
D’AMBROSIO, B. S.; STEFFE, L. P. O Ensino Construtivista. Em Aberto, Brasília, ano 14, n. 62, p. 23-32, abr./jun. 1994.
D’AMBROSIO, B. S.; KASTBERG, S. Giving reason to prospective mathematics teachers. For the Learning of Mathematics, Kingston, Canadá, v. 32, n. 3, p. 22-27, nov. 2012.
D’AMBROSIO, B. S.; LOPES, C. E. Insubordinação criativa: um convite à reinvenção do educador matemático. Bolema, Rio Claro – SP, v. 29, n. 51, p. 1-17, abr. 2015.
DAY, C.; KINGTON, A.; STOBART, G.; SAMMONS, P. The personal and professional selves of teachers: stable and unstable identities. British Educational Research Journal, Wales - GB, v. 32, n. 4, p. 601-616, 2006.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3ª ed., São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GÓMEZ, A. P. O pensamento prático do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In: Nóvoa, A (Org.). Os professores e a sua formação. 2ª ed., p. 93-114, 1995.
GONÇALVES, T. V. O.; NARDI, R. Aspectos epistemológicos da pesquisa narrativa presentes em teses e dissertações sobre formação de professores na área de educação em ciências e matemática, no período de 2000 a 2012. Atas do Congresso Ibero- Americano em Investigação Qualitativa, CIAIQ, 2016.
GOODSON, I. Representing teachers: bringing teachers back in. Changing research and practice: teachers’ professionalism identities and knowledge. Bristol/PA: Falmer Press, p. 211-221, 1996.
JENLINK, P. M. Teacher identity and the struggle for recognition: meeting the challenges of a diverse society. Inglaterra: Rowman & Littlefield Education, 2014.
KIM, J. A romance with narrative inquiry: toward an act of narrative theorizing. Curriculum and Teaching Dialogue, v. 10, n. 1 e 2, p. 251-267, 2008.
KIM, J. Understanding narrative inquiry. California: SAGE, 2016.
KNOWLES, J. G. Models for understanding pre-service and beginning teachers’ biographies: illustration from case studies. In: GOODSON, I. (Ed.). Studying teachers’ lives. London: Routledge, p.99-152, 1992.
LARROSA, J. Linguagem e educação depois de Babel. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MONTE, M. Infinito particular. Disponível em: <https://www.letras.com/marisa- monte/515189/>. Acesso em: 08 jun. 2016.
NACARATO, A.; PASSEGGI, M. C. Narrativas autobiográficas produzidas por futuras professoras: representações sobre a matemática escolar. Rev. educ. PUC-Camp., Campinas, v. 18, n. 3, p. 287-299, set./dez. 2013.
NACARATO, A.; CAPORALE, S. M. M.; CUSTÓDIO, I. A. As escritas de si como prática de autoformação docente: legitimização das vozes de professores ou banalização? In: D’AMBROSIO, B. S.; LOPES, C. E. (Org.). Vertentes da subversão na produção científica em educação matemática. Campinas, SP: Mercado de Letras, p. 207- 234, 2015.
PASSEGGI, M. C. Narrar é humano! Autobiografar é um processo civilizatório. In: PASSEGGI, M. C.; SILVA, V. B. (Org.). Invenções de vidas, compreensão de itinerários e alternativas de formação. p. 103-130, 2010.
PASSEGGI, M. C. A experiência em formação. Educação, v. 34, n. 2, p. 147-156, maio/ago. 2011.
PINEAU, G. A tríplice aventura (auto)biográfica: a expressão, a socialização e a formação. In: ABRAHÃO, M. H. M. B.; PASSEGGI, M. C. Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto)biográfica: Tomo I. Natal: EDUFRN, Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, p. 139-158, 2012.
POLETTINI, A. F. F. Análise das experiências vividas determinando o desenvolvimento profissional do professor de matemática. In: BICUDO, M. A. V. Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, p. 247-261, 1999.
WHITEHEAD, J. Creating a living educational theory from questions of the kind, “how do I improve my practice?”. Cambridge Journal of Education, Cambridge, v. 19, n. 1, p. 41- 52, 1989.